segunda-feira, abril 11, 2011

O senhor zig-zag


De um ponto de vista puramente estratégico, esta é a melhor oportunidade que Fernando Nobre tem para intervir no futuro de Portugal. Acredito que para ele deva ser aliciante q.b..

Mas aos olhos do português comum, esta decisão vinda de alguém que sempre manifestou o seu apartidarismo político e fez disso sua bandeira nas últimas eleições, é (no mínimo) surpreendente.

É lógico assumir que alguém que obtém 14% nas Presidenciais tenha capital político, ao ponto de poder ser convidado por algum partido para integrar um qualquer projecto. É igualmente lógico e legítimo pressupor que, dado o seu historial (livre das «amarras partidárias»), não aceitasse.

via Henricartoon

Fernando Nobre apoiou o Bloco de Esquerda nas Europeias.
Apoiou António Costa nas Autárquicas.
Da maneira como vem disparado da esquerda, e por uma questão de coerência (a tal história das "amarras partidárias" era só na brincadeira), não seria de todo inesperado que apoiasse o Paulo Portas no futuro. Quiçá nas próximas eleições do Belenenses ou coisa do género.

A partir do momento em que volta atrás na palavra e aceita candidatar-se por um qualquer partido com assento parlamentar, está a passar uma imagem assaz característica e sobejamente conhecida no nosso país: dizer uma coisa, fazer outra completamente diferente.

O político nada mais tem senão a sua palavra¹. Quando esta não tem valor, de que raio me serves tu, pá?

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