sexta-feira, março 04, 2011

Previsível e lastimável


DIRECTOR CLÍNICO DO IPO DE LISBOA DENUNCIA CONDIÇÕES DEGRADANTES DA UNIDADE




Esta 5ª feira, Nuno Miranda (Director Clínico do IPO de Lisboa) afirmou que as actuais instalações têm limitações que se reflectem na comodidade e privacidade dos doentes e no esforço feito pelos profissionais de saúde.

Revelou, num desabafo:
«Eu trabalho no IPO há 22 anos e quando cá cheguei havia um projecto de um novo edifício. Já vi quatro projectos de edifícios, com maquetas e plantas. Estou um bocado farto e estão fartos também os doentes. (…) Por enquanto não estamos a recusar novos doentes, mas não sei qual o futuro.»
O modo como nós, cidadãos de uma sociedade (dita) avançada, tratamos os nossos mais vulneráveis, é sempre um bom indicador da mentalidade que nos rege. Como pessoas. Como membros dessa mesma sociedade.

Digo eu!, admitindo desde já as minhas limitações neste campo.

Compreendo que hajam outras prioridades na agenda daqueles que detêm o poder de decisão e execução, mas para todos os que, como eu, passaram e irão passar horas e horas (dias, semanas, meses...) nesta unidade hospitalar, que presenciaram a incontestável disparidade entre o esforço de todos os que lá trabalham e as condições apresentadas, como fugir à evidência e ao imperativo moral de mudar rapidamente esta situação?

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