Até que idade pensas divertir-te?

“Até que idade pensas divertir-te?”, perguntava um anúncio da Matutano nos anos 90. Até agora não fazia sentido responder-lhes, mas este frio que se tem sentido ultimamente está a ser fatal para os meus joelhinhos. Daí estar a elaborar na resposta.

“Querida Matutano,


Não têm nada a ver com isso. Chiça!, metam-se na vossa vida.


Com os meus melhores cumprimentos,


Eu”

O mês de Fevereiro não é dos meus favoritos. Chove, os saldos já só têm roupa que só serve ao Fernando Mendes, e para completar o ramalhete, as sacristas das andorinhas põem-se a chilrear às 5 da manhã. Acaso terão lido o Borda d’água? Desconhecem quando começa a Primavera?


Este mês tem, no entanto, algo de muito positivo. Ou melhor, não tem. Não tem os dias 29, 30 nem 31. O que para mim faz toda a diferença. Excepto em anos bissextos. Aí já me irrita um bocado.

Olho-me ao espelho só para me ver confrontado com o avançar estonteante da minha idade: o cabelo todo branco, as peles ao dependuro, a visão turva. Se calhar tenho mesmo que tratar desta última. Daí que a pergunta da Matutano seja válida. É a mesma dos meus pais e restantes que julgam que me vou desfazer em peças não tarda.

Irei divertir-me até aos 22. A partir daí assento, it's a promise.