quarta-feira, janeiro 17, 2007

Scoop - Crítica

Scoop - Ficha do Filme


Quando o Woody Allen escreve um argumento, normalmente envereda por um de dois tipos de filme.
Ou sai dali um filme escrito com um pendor novélico, sustentado por parâmetros universais da escrita cinematográfica, usando à sua disposição personagens ricas que interagem numa trama bem arquitectada (Match Point, Melinda & Melinda), ou um filme "Woodyalleno", saído de um emaranhado de pensamentos recambolescos, alucinações e fantasias mirabolantes (bem típicas), impossíveis de serem personificadas por qualquer outro actor (Hollywood Ending, Vigaristas de Bairro, e muitos muuuuuitos outros). Scoop enquadra-se nesta última categoria.

A vantagem deste filme é que o Woody Allen não personifica a habitual personagem central da história: o homem já muito velhinho, ansioso, e com um sentido de humor aguçado que atrai a personagem feminina 50 anos mais nova, permitindo-lhe envolver-se romanticamente com ela. Justiça lhe seja feita, porque tendo eu 70 e tal anos, se me dessem a oportunidade de escrever, realizar e protagonizar um filme, era tiro e queda: embrulhava-me com todas as protagonistas (haveria, pelas minhas contas, pelo menos umas 15).

Ele interpreta uma personagem secundária (o ilusionista Splendini), que não se enrola com a Scarlett, nem tenta. E embora não seja indispensável à história, todas as atenções se viram para ele, por ser a ponta de inspiração neste filme. A Scarlett não tem aqui o papel da vida dela, nem tão pouco o Hugh Jackman, pois interpretam personagens sem muita amplitude (a não-muito-inteligente estudante de jornalismo que usa o seu charme para conseguir a história, e o rico lord inglês que é o sonho de qualquer rapariga). Mesmo protagonizando estereótipos, aguentam-se bem porque são bons actores, e são agradáveis à vista. Mas este filme, sem o Splendini, era muito mau.

Para quem é fã do Woody Allen, nem vale a pena dizer se merece a ida ao cinema. Mas para todos os outros que não são, acho que vale a pena ir ver pois arranca umas valentes gargalhadas, e apesar do final previsível, consegue ter piada até à última cena!
Para quem não gosta mesmo nada, mas mesmo nada nada nada do Woody Allen... também vale a pena ir ver, porque a Scarlett tem uma cena na piscina (em fato de banho), outra no quarto (depois de tomar banho, só enroladinha no toalhão), e outra num lago. Atenção senhoras: o Hugh Jackman também entra nessas cenas.

2 comentários:

Farináceo disse...

"I say this with all due respect, I love you, you're a credit to your race..."

Vetoon disse...

"Valentes gargalhadas"? Em que parte?