quarta-feira, abril 25, 2007

"It's the 25 of April, murafóca!"

Nem a chuva, nem o frio, nem a barriga cheia, me demoveram da vontade de participar da festa dos 33 anos do 25 de Abril. Enfim, "participar" no sentido de ir ouvir umas cantigas de ocasião e erguer o punho sempre que vejo um cravo.

Às tantas da noite, lá estava eu no Largo do Carmo.
No palco, um coxo a tocar djambé sem acompanhamento, e um homem de meia idade, embriagado, de cravo na mão (e eu de punho erguido) a reclamar com o Mundo.

Uma senhora anuncia, por microfone, que se vão ouvir de seguida outros convidados, enquanto o Rasta do djambé se afasta do palco com as suas muletas, não sem antes manifestar o seu desagrado por sair do mesmo.

Os dois convidados que se seguiam teriam 17-18 anos cada um. Vinham com anoraks de penas, capuz colocado sobre o boné, e cantavam rap, em inglês. Em mau inglês.
Apesar da deficiente dicção, uma palavra entendia-se melhor que as outras, tal era a sua constante recorrência ao longo da música (música?). Compreensivelmente, essa palavra era "motherfucker" (ou, dito pelos mesmos, "murafóca").

O simbolismo desapareceu todo naquele momento. Até o velho bêbado (eufemismos para quê?) ficou desanimado, e pôs-se dali para fora.

Que lição tiro eu destas celebrações? É que no tempo do Toni Salázas, «O Maior Português de Sempre», não havia cá destes atentados à Revolução!!

4 comentários:

sara disse...

Parabéns carlinhos! Eu sei que com atraso, mas ando para aqui doente... Mais vale tarde que nunca!

Beijos

Mike disse...

YO,Yo, Yo! Freestylaa Murafóca!
As betas são as piores!

sara disse...

Aaaaaaai. Olha que ainda digo ao nosso amigo comum, que resolveru abandonar-me e ir para mais perto do seu amigo preferido, para te dar uns calducos...

Mike disse...

Calducos deve ser a forma beta de dar pancada.
Nós cá é calduços e pontapé para cima!