VINI, VIDI,
VINCI!!
EPISÓDIO 7: Quer dizer portanto que já me posso ir embora?Este último episódio começa com uma confissão: houve uma certa programação, a partir de certa altura no concurso (
episódio 2 na saga EU CONTRA TODOS), do que me iria acontecer no programa. Alguns dias após o telefonema a avisar-me que iria concorrer no Um Contra Todos, e antes sequer de ir para as gravações do Concurso, telefonei a um amigo dizendo-lhe, entre outras coisas, que iria participar.
Este rapaz também já lá tinha ido, e é (... foi) companheiro de muitas idas às máquinas do TRIVIAL, ou de aventuras no antigo QUIZZ. Disse-me ele que, aquando da sua participação no Um Contra Todos, chateou-se por o concorrente principal estar constantemente a pedir perguntas fáceis, e isso levou-o a precipitar-se nas respostas. Esta foi uma das muitas coisas que me disse, mas a única que retive até ao momento da gravação.
Como devem ter lido no
episódio 2 desta saga, eu falei com o «antigo» concorrente da cadeira 9, quando ele estava "um contra um" com o médico da cadeira principal. Foi uma conversa na casa-de-banho, sendo que ele, nervoso, dizia-me que já não conseguia aguentar aquilo muito mais. Queria logo despachar o «confronto» nas primeiras perguntas da próxima sessão (que foi o que acabou por acontecer — o médico falhou na 1ª pergunta dessa sessão).
Até aqui, estas informações permaneciam dispersas na esfera do saber a que chamo cérebro (também conhecido como "A Casa da Apoptose Neuronal"). Foi quando vim a casa no final do 1º dia de gravações que, ao ver a CNBC às duas da manhã, houve um "click" (e este não foi derivado de mais um suicídio neuronal).
Estava a dar Poker. Dos 64 concorrentes iniciais, já só sobravam 3. Um deles tinha perto de 2/3 do dinheiro total apostado na mesa. até aquele momento, tinha dominado por completo aquele jogo. Resolveu fazer "all-in" (apostar tudo de uma só vez) numa das jogadas, em que até nem tinha uma "mão" promissora. Perdeu.
Esta evidência foi a informação que me bastava. As ideias encontraram o seu «espaço».
Até as pessoas mais equilibradas perdem a constância em situações de pressão. E nesta situação televisiva, em que a pressão é presença obrigatória, não se trata de se saber lidar ou não com a pressão, mas uma questão de saber lidar connosco quando estamos sob pressão. Há microsegundos em que nos deixamos levar. Em que dizemos "Que se lixe" (se usarmos o vernáculo correcto). E era exactamente com esses microsegundos que eu estava a contar. Só faltava esperar para ver como reagiria o Carlos Rebelo quando isso lhe acontecesse (porque também eu não escapo a essa regra).
Acabou por ocorrer na pergunta "Quem é o director da 2: ?". A categoria era Televisão, e eu tive um desses momentos "Que se lixe" (deitando por terra a minha táctica F&P), e pedi difícil. Felizmente tinha trunfo, que usei, e isso permitiu-me continuar em jogo. Ok, é óbvio que para me manter em jogo também ajuda ter alguma cultura geral. Mas saber de certeza quase absoluta que, inevitavelmente, alguém irá responder baseado no "Que se lixe", era animador. .
Em suma, quando estava na plateia, aguentei-me ao ponto da concorrente principal ter vários desses momentos. Ia-se aguentando, eu também. Mas os trunfos foram desaparecendo, e a pressão aumentando. Pediu constantemente perguntas difíceis. À medida que lhe ia sendo mais complicado respondê-las, começou a dizer "Eu sei que ele vai ganhar", ou "De certeza que ele respondeu certo". Ela já só queria despachar aquilo. Perdeu.
Chegando à cadeira, a táctica a seguir seria Fáceis & Paciência. Já estava provado que me aguentava nas difíceis, agora queria ver como é que eles se aguentavam a muuuitas fáceis. Um nº indeterminado de fáceis. Infinito ao quadrado de fáceis. As que forem preciso para os «eliminar» todos, nem que seja um-a-um. Tenho tempo. E eu agora até já estava confortável (ler penúltimo parágrafo do "episódio 6"). Estava exactamente na mesma situação que eles, e a escolha da dificuldade das perguntas era minha. As difíceis seriam só nas categorias em que me sentisse relaxadamente confiante. E, em teoria, os adversários iriam caindo, nem que fosse pelo facto de já estarem ali há muito tempo a fazer o mesmo. Em teoria.
Na prática... Ananás: 8 adversários. Odemira: 14 adversários. Dia Europeu Sem Carros: 5 adversários. Nobel da Paz: 2 adversários. Sagrada Família: 2 adversários. Kiev: 1 adversária. Aerosmith: 5 adversários.
37 adversários tinham sido eliminados, às custas de perguntas fáceis. Faltava um. Iria ele precipitar-se? Teria ele um momento "Que se lixe" ?
Guarda Nacional Republicana.
Republicana?
República!
Em que século é que isso foi?
"Que se lixe"!
Arrependimentos da não utilização do trunfo da duplicação? Alguns. Fui demasiado cerebral, e julguei que um adversário que se tinha aguentado até ali, não iria errar numa pergunta descaradamente fácil.
Deveria ter olhado para o monitor da esquerda, ver que ainda tinha ali um trunfo a brilhar para mim, e pensar
Que se lixe! Porque não?
Audaces fortuna juvat, timidosque repellit
(Ao homem ousado, a fortuna estende a mão)
Fim
5 comentários:
Espero que não me venhas mendigar mais comida. E já agora quando é que a malta te vai pagar um copo, porque de certeza que não vais pagar nada a ninguém...
Parabéns puto, já vais poder pôr escovas novas no citroen e conduzir com chuva (ao contrário de certas pessoas).
Já não vais ao Japão, mas ainda comes sushi num restaurante qualquer, hein? Nem queria falar sobre isso, mas é mais forte do que eu: SE tivesses a mínima suspeita, tinha dobrado, não é? Mas pronto.. a História não é feitas de "ses" por isso Parabéns e aproveita bem os 15 mil. :)
Se não fosse eu nem dinheiro para o metro de volta tinhas... Fico ofendido que não me tenhas referido pelo nome, profundamente ofendido...
De qualquer maneira fico à espera de saber quantas vinhas é que vais comprar com esse dinheiro...
Que orgulho tenho do meu "dedo no cu" (esta é só para quem percebe). Bjos grandes.
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