quinta-feira, abril 12, 2012

Desculpe, não queremos incomodar


Admira-me a falta de contestação a este Governo. Sempre fomos contestatários por natureza. Eu, por sinal, protesto sempre que posso. Mas enquanto no passado havia manifestos sempre que a coisa não corria bem, hoje vejo o povo amansado. A bem ou a mal, foi a contestação que tirou o Engenheiro Sócrates do poder. Ahahah, eu disse "Engenheiro"...

De acordo com os dados divulgados pela OCDE, a taxa de desemprego harmonizada em Portugal subiu de 14,8% para 15% entre Janeiro e Fevereiro. É um máximo histórico. Portugal aparece agora isolado na segunda posição entre as 24 economias para as quais existem dados disponíveis (de um total de 34 países de todo o mundo). Tomara o Benfica estar isolado no 2º lugar...

Os subsídios de férias e do Natal estão agora suspensos até 2015. Houve cortes nos valores das pensões, nos salários, e nos subsídios de doença. Irão ainda ser revistos os valores para a protecção social na maternidade, na paternidade e na adopção.

Sobem os preços dos combustíveis e dos transportes públicos. Aceitam-se acordos sobre a monumental dívida da Madeira. Aumenta-se a idade da reforma. Diminui-se o número de feriados. Acabam-se os descontos nos passes sociais para estudantes e idosos. Fala-se de um novo Referendo sobre a despenalização do Aborto.

Aumentaram os impostos sobre o consumo, pessoas e empresas. Houve generalização das privatizações, mais cortes no investimento público e na Saúde.
Sobre estes dois últimos, tenho a dizer que é ridículo ver o estado de degradação que as obras do Túnel do Marão sofrem por estarem paradas, bem como é absurdo separar a melhor equipa de neonatologia de Portugal só para justificar os investimentos nos hospitais privados.


Os trabalhadores e a população em geral pagam cada vez mais para recorrer a serviços públicos e a funções sociais indispensáveis, como são o direito ao acesso à saúde, à educação e à própria segurança social.

A FENPROF, outrora tão empenhada na contestação à avaliação, está agora inexplicavelmente calada acerca do crescente aumento do desemprego entre professores (aumentou 120% só neste último ano). A UGT aceita entrar em acordos que prejudicam os trabalhadores. O Presidente queixa-se dos 10.000€ que recebe mensalmente. O Primeiro-Ministro adverte para a nossa pieguice, e sugere a emigração.

Nós cá vamos sofrendo as consequências da governação. Mais calados do que é costume, não vá a PSP fazer uso dos cassetetes…


… isto é, enquanto houver dinheiro para cassetetes.

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