Too soon?

Foi da boca de Rowan Atkinson que ouvi, pela primeira vez, que o mais importante numa piada é o timing.

Gilbert Gottfried, autor das piadas que se seguem, quis antecipar-se aos demais humoristas, e publicou as seguintes piadas no Twitter:

• I was talking to my Japanese real estate agent. I said “is there a school in this area?” She said “not now, but just wait.”
• Japan is really advanced. They don’t go to the beach. The beach comes to them.
• What do the japanese have in common with Howard Stern? They’re both radio active.
• Japan had put out this urgent plea…. "PLEASE SEND US A FEW BIlLION RUBBER DUCKIES!!!!!"
• Japan called me. They said “maybe those jokes are a hit in the US, but over here, they’re all sinking.”
• What does every Japanese person have in their apartment? Flood lights.
• My Japanese doctor advised me to stay healthy. I need 50 million gallons of water a day.
• I just split up with my girlfriend, but like the Japanese say, “They’ll be another one floating by any minute now.”

Em consequência, a empresa com quem tinha um contrato publicitário – há mais de uma década – despediu-o. O que se percebe (o Japão é o principal mercado da Aflac Inc.), embora não concorde.

O sentido de humor é uma faca de 2 gumes. Felizmente não nos rimos todos das mesmas coisas! Por outro lado, o que para uns se classifica como "piada de mau gosto", é na verdade o mecanismo despoletador de gargalhadas para um outro público.

A percepção do timing é tudo. Nesse aspecto, usar a desgraça alheia para se ter piada é uma roleta russa, mas na perspectiva de um "graçolas" há sempre matéria-prima nestas situações.

Ainda me recordo da piada do João Quadros sobre o desastre de Entre-os-Rios. Ou da célebre piada do "knock knock" sobre o 11 de Setembro.

O que fazer? Há ali uma piada atravessada! Avalia-se o público (está receptivo? identifica-se com a tragédia?), a piada (é forte? garante risos?), e espera-se pela altura ideal para a dizer. Na maioria dos casos, corre mal. Mas é memorável.