domingo, abril 03, 2005

Haverá ainda alguma dúvida?

Na minha vida, tive a clarividência de cedo me aperceber do "grande plano" que me estava destinado. Para quem acredita, Deus tem um plano para cada um de nós. Se não for cumprido, estamos em maus lençóis.

Desde tenra idade que tomei conhecimento que tinha fugido ao "plano". Os meus actos não me permitiam, de maneira alguma, aspirar à redenção final.
A minha primeira confissão foi, em grande parte, inventada. Isto porque eu não tinha uma vida assim tão preenchida que me permitisse pecar a torto e a direito. E já que o padre estava ali de propósito, não o ia fazer sentir que se tinha deslocado ao local só por causa de uns rebuçados roubados ao Chiquinho... (a lógica é em tudo semelhante à dos taxistas na praça de táxis, que ficam chateados se fizermos uma bandeirada abaixo dos 3 euros: estão ali à espera na fila dos táxis, e quando finalmente atingem o primeiro lugar da fila, o cliente entra e diz que mora no fundo da rua...)

E a infância não foi assim tão má, quando comparada com a adolescência, onde entre outras coisas, fazia rasteiras a um ceguinho.
Calma... não foi um erro de impressão.
Primeiro, e em minha defesa (embora não veja salvação possível para este caso), sublinho o facto de o "ceguinho" pesar mais 40 kg do que eu. E não era totalmente cego!... (ainda tinha cerca de 15% de visão parcial...
... MEU DEUS!!, O QUE É QUE EU FUI FAZER?!?)

O ceguinho era, como já se sabe, um badocha. Era também um indivíduo que "não regulava com o baralho todo". Além disso tinha um problema na fala. Estas são as justificações que me levaram, entre outras coisas, a queimar-lhe as calças enquanto ele as tinha vestidas (mas não queimei durante muito tempo...), a fazer-lhe rasteiras, gastar-lhe as pilhas do seu relógio "especial", desatar-lhe os atacadores, roubar-lhe a bengala, dizer-lhe que o sinal para os peões estava verde... e isto tudo num dia de pouca agitação.
Arrependimento? Claro!, mas com que objectivo? Haverá perdão possível? Existirá alguma hipótese, mesmo remota, de S.Pedro me abrir os portões? A resposta é óbvia. Foi com base nesta certeza (que me diz que faça o que fizer na vida, acabarei sempre por ficar a valsar com o Hitler) que tomei a decisão de não me atormentar com as atrocidades diárias por mim perpetuadas.

Na noite de 1 de Abril, a menos de 24 horas da morte de Karol Wojtyla, passei o serão a fazer piadas sobre o Papa, e levei muita gente a rir-se com elas. O Papa acabou por morrer no dia seguinte. A causalidade dos factos surpreende-me, mas não me choca.
Tal como João Paulo II, também eu vivo a vida sem ter dúvidas sobre onde irei parar quando "bater a bota", e assim não estou condicionado pelo facto de ainda poder ser salvo, caso seja mais simpático ou faça mais boas acções. Vamos no entanto, para sítios bem diferentes.

Uma nota de atenção a esse rapaz a quem chamam Lúcifer: pela forma como as coisas andam, começava a dar mais atenção aos Classificados (principalmente na secção do emprego, pois não me parece que estejas à altura).

6 comentários:

Anónimo disse...

eu conheço-te e sei que não és nada assim. só dizes disparates

Anónimo disse...

chaval, ñ bates bem da bola. decididamente lol
tenho q dizer ao Ulisses para "ver" o site :D

sara disse...

Tu lava-me essa boca para falar do Santo Padre!

Anónimo disse...

looooooooooooolll :P

Anónimo disse...

Ai rapaz... ñ te trates q ñ é preciso. O Ulisses já sabe? :)

Anónimo disse...

Não fostes tu que gosaste com o Airton Sena nos treinos de imola? É que eu já sabia que tinhas gosado com a princesa Diana, agora com o papa...