quinta-feira, abril 08, 2004

O grande problema dos nossos meninos
O homem e a perna cruzada é algo que não funciona, pelo menos segundo os trâmites internacionais que regem o bom funcionamento do tecido escrotal. O homem senta-se e logo se pergunta o porquê da pernas estarem tão afastadas (porque razão tem ele um joelho aqui e outro em Cuba?). Este é um problema que se arrasta, vindo de há tempos remotos, desde que a Eva, lá loooonge no Paraíso, teve o Abel e o Caím, e depois de ter visto um ter espetado uma berlaitada nas trombas do outro porque a parra dele era mais pequena 'cádo irmão, sentou-se e disse: "Eeeh Adão, se na te sentasses sempre ca perna aberta, esta porra já nã acontecia" (Sim, Eva era natural de Serpa). O que mais me custa nesta história toda (e aqui faço o primeiro grande aparte ao assunto principal, mesmo sabendo que provavelmente não haverá outro) é a badalhoquice que se instalou na história da evolução do Homem, vista pelos olhos da Igreja Católica. Sigam o meu raciocínio: Adão conhece Eva. Eva dá-se a conhecer a Adão. Nasce Abel. Não havia televisão. Nasce Caím. Caím mata Abel. E agora? Temos Adão, temos Eva, temos Caím. Porque será que tenho a sensação que para a Igreja Católica descendemos de uma família criminosa, e muito provavelmente incestuosa? Este problema eleva o meu espírito para um nível superior de introspecção: o tomatame (não se confundam, lê-se "tumatâme")
Há pequenas coisas que um homem aprende a preservar na vida. Uma delas é o bom relacionamento com os seus tintins. Trata-se essencialmente de tentar compreender o que eles querem, e proporcionar-lhes o conforto necessário para que se sintam cómodos, e para que dessa forma calmamente se sintam em casa. Para tal desenvolveram-se três grandes teorias a nível Universal para que tal ocorresse. Adão (e lá vamos nós outra vez) andava como Deus o pôs ao Mundo, mas rapidamente se apercebeu que algo tinha de se mudar, principalmente quando fazia o comer ao lume, quando afiava as lanças para a caça, quando batia com uma pedra na outra para fazer fogo, enfim, sempre que tinha alguma actividade que lhe pudesse mutilar permanentemente o abono de família (e que família teve ele!!... bem, não vamos por aí novamente). Que fez ele então? Colocou estrategicamente uma parra no sítio certo. Desde esses tempos longínquos que se começou a seguir a filosofia que tapado équébom! Inventaram-se as ceroulas, e daí para a frente foi a cueca do costume.
A cueca... teve um grande desentendimento com as ceroulas. "Ai, e tal, porque tu és uma velha deslavada", e pronto, descambou tudo ali. Mais tarde, e no leito da morte, as ceroulas tiveram a sua ravanchezita, através dos seus filhos (há muito desaparecidos e, diga-se de passagem, não fosse o Henrique Mendes descobri-los, ainda hoje andávamos todos de trusses), os "boxers". Eles foram o fruto de um romance profundo com umas bermudas, mas correm boatos que são na verdade filhos de uns calções de ginástica inglês, e tudo o que se sabe é que o pai insiste em chamá-los de "shorts". Numa noite quente, os "boxers" (ou "shorts", caso o pai deles leia este texto) apanharam a cueca rota no cu (e todos nós sabemos que quando a cueca se rasga, é sempre ali) e, em directo, acusaram-na de andar sempre com uma manchinha amarela nas partes pudendas... foi o fim de uma tradição. Bem, quase, porque ainda há seguidores. Pois se até o Vale e Azevedo tem gente que acredita nele, porque não conservar a bela cueca rota e suja?
A verdade verdadinha verdaducha é o desaperto que acompanha os boxers. De facto, os seguidores da cueca dizem que com os boxers aquilo anda tudo desgovernado "lá pra baixo". Mas é assim que os nossos amigos gostam de andar.. à solta! Por isso não lhes convém que se cruze a perna, nem que se use qualquer tipo de lycra que promova o vácuo ou as comichões naquela área.
Enfim, a todas as senhoras fica agora explicada a verdadeira razão pela qual os joelhos do homem de hoje parecem ter cortado relações sempre que ele se senta. Mas não me façam começar acerca dos joelhos...

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