Cenas & objectos (não necessariamente nesta ordem)
Chamaram-lhe criança-prodígio, mas numa altura em que já era pai de famíla. Resolveu escrever, mas mal. Bem-dito curretor hortográfico. Tudo o que aqui se lê dá uma estúpida sensação de “déjà vu”, mas calmex que estes textos chegam a atingir um 7.8 na escala humorística do Nílton. Sim!, o Badaró português. Mas pior.
sexta-feira, outubro 25, 2019
terça-feira, outubro 01, 2019
quinta-feira, agosto 22, 2019
domingo, outubro 01, 2017
Votações
sexta-feira, março 31, 2017
The British people has spoken
Ou seja, tomou-se esta semana uma decisão baseada numa votação extremamente disputada, e apoiada por eleitores que 10 anos volvidos, estarão a apoiar o Brexit numa urna.
terça-feira, fevereiro 21, 2017
O Mundo (não) é dos espertos
Chega-se o Zé da GroundLink ao portão com o seu colete reflector, e elas já coladas. Para sermos profundamente honestos, é compreensível não reparar numa centena de madrugadores ao nosso lado a lançarem olhares fulminantes. Porém, os 6 passageiros que se encontravam à minha frente não se insurgiram com isto. Olhavam entre si, esboçavam um sorriso incrédulo. Assim sendo, pedi-lhes licença e dirigi-me às senhoras, perguntando-lhes se também tinham prioridade.
Após exultar de felicidade por estar duas filas à minha frente, foi novamente mandada calar com mais veemência. Aí acatou. Fez-se silêncio. Menos mal, que era cedinho e havia malta a querer ferrar uma galhada.
Para os demais passageiros de outras raças que não a minha, que só ouviram a gritaria e as alcunhas carinhosas que me foram arremessadas, suponho que tenha sido anticlimático não se depararem com um passageiro de capuz branco ou com uma suástica tatuada no pescoço.
E o que mais me preocupa é que há uma clara tendência para piorar com a idade. Ou seja, qualquer dia serei eu o pensionista a discutir num qualquer terminal de aeroporto. Serei eu (e os meus joelhos em fibra de carbono) a reclamar com a juventude sexagenária que se quer aproveitar da minha debilidade física e cognitiva (já patente, por sinal). Com a agravante que nessa altura farei uso do meu andarilho para acabar com a discussão mais rapidamente.
sexta-feira, março 18, 2016
Matar na brincadeira
Tivesse sido no vidro da frente, a história teria um fim menos galhofeiro.
O técnico que mudou o vidro do carro confirmou ter sido um objecto projectado, e que tendo em conta o sítio e a velocidade a que eu ia, só podia ter sido deixado cair de um viaduto. A polícia inglesa, no entanto, não conseguiu ver nada nas imagens das câmeras de trânsito.
Há uns anitos valentes, num regresso a casa depois de umas noites loucas no Algarve (shoutout Tinocas!!), apanhámos um camião TIR virado na autoestrada com o motorista completamente em choque e ensanguentado. Outros camionistas (em greve) tinham "deixado" cair uma pedra de um viaduto direitinha no vidro frontal do camião, aparentemente por ele estar a furar a greve. Naturalmente, fizemos o resto da viagem até Lisboa com os olhos postos em tudo o que era viaduto por cima da A2!
É tremendamente injusto que eu tenha de tomar atenção à velocidade, aos demais condutores, a conduzir do lado esquerdo e agora igualmente aos chanfrados com pedras na mão, seja na berma da estrada, noutros carros ou em viadutos.
Esta é a realidade assustadora da coisa: as consequências podiam ter sido bem piores, caso a pontaria e o timing estivessem mais aperfeiçoados.
Entretando, alguém tem conselhos sobre como limpar (a fundo) estofos de carros?
sexta-feira, outubro 30, 2015
Portugal é para quem pode, e não para quem quer
Tomar a decisão de sair de Portugal para trabalhar deveria ser uma escolha, não uma necessidade.
Dizer adeus à família, aos programas com os amigos, aos sabores a que nos habituámos desde sempre, aos fins de tarde na esplanada, ao faduncho improvisado na esquina do bairro, às casas de banho com bidé, para eventualmente descansar na possibilidade de um futuro financeiro mais sustentável, é uma troca que acarreta riscos e arrependimentos.
Esta emigração recente não é semelhante à das décadas de 70 e 80. Eu não fui "empurrado" para fora de Portugal com uma mala de cartão e 10kg de bacalhau lá dentro. Consciente das opções disponíveis, preferi dizer adeus aos sites de emprego e experimentar viver a vida sem ter de contar tostões ao fim do mês. Como eu, muitos tomam a mesma opção diariamente, e invariavelmente, muitos não têm outra escolha. Tantos, que os números são agora suficientemente esmagadores para não passarem despercebidos: cerca de 10.000 saem todos os meses de Portugal para arriscarem um futuro melhor noutro sítio qualquer.
Para um país de dimensões reduzidas como o nosso, o volume e regularidade deste êxodo (maioritariamente) jovem deveriam ser motivo de preocupação e mobilização da opinião pública para uma reflexão séria, que urge sobretudo pelo agravamento da idade média da nossa população: Portugal é já o 6º país mais velho do Mundo (!), e com tendência para piorar.
No entanto esta reflexão não parece estar na agenda política dos próximos tempos. Outros interesses contaminam o espectro analítico da sociedade lusitana, e enquanto isso, pisgam-se mais uns quantos milhares de pós-graduados (sem regresso agendado), para tristeza de muitos pais. Portugal vai tornar-se, a curto/médio-prazo, um país de pensionistas abandonados cuja maior despesa vai ser a taxa de roaming usada para matarem saudades dos netos que nem falam a mesma língua. O positivo desta história é que no próximo Festival da Eurovisão, vamos finalmente ter mais pontos do estrangeiro e sair da zona de despromoção.
sexta-feira, outubro 23, 2015
O país do faz-de-conta
Inevitavelmente, e após estas palavras, nenhum Socialista iria votar contra a moção do António Costa ontem no Largo do Rato. A ameaça do "entre a espada e a parede" para viabilizar um Governo PSD/CDS não é a única opção disponível. Os Socialistas sabem-no, o Presidente também. Resultado: a união dos Socialistas em torno de António Costa, coisa que parecia bastante difícil até há uns tempos atrás, foi o esperado depois de um discurso descuidado e completamente de encontro aos interesses do actual líder Socialista.
O que invariavelmente irá ocorrer é termos um Governo de gestão até Junho. O que é uma parvoíce e uma falta de respeito pela Constituição e pela vontade da maioria (não esmagadora*) dos eleitores Portugueses. E reparem, eu nem faço parte dessa maioria.